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domingo, 27 de novembro de 2011


Pastores de si Mesmo

Por Marcos Aurélio dos Santos


Veio a mim esta palavra do Senhor:
 "Filho do homem, profetize contra os pastores de Israel; profetize e diga-lhes: ”Assim diz o Soberano Senhor: Ai dos pastores de Israel que só cuidam de si mesmos! Acaso os pastores não deveriam cuidar do rebanho? Vocês comem a coalhada, vestem-se de lã e abatem os melhores animais, mas não tomam conta do rebanho. Vocês não fortaleceram a fraca nem curaram a doente nem enfaixaram a ferida. Vocês não trouxeram de volta as desviadas nem procuraram as perdidas. Vocês têm dominado sobre elas com dureza e brutalidade.  Por isso elas estão dispersas, porque não há pastor algum, e, quando foram dispersas, elas se tornaram comida de todos os animais selvagens.  As minhas ovelhas vaguearam por todos os montes e por todas as altas colinas. Elas foram dispersas por toda a terra, e ninguém se preocupou com elas nem as procurou.  ‘Por isso, pastores, ouçam a palavra do Senhor: Juro pela minha vida, palavra do Soberano Senhor, que visto que o meu rebanho ficou sem pastor, foi saqueado e se tornou comida de todos os animais selvagens, e uma vez que os meus pastores não se preocuparam com o meu rebanho, mas cuidaram de si mesmos (Ez.34.2-8. NVI).

Nesse maravilhoso capitulo de Ezequiel 34, o profeta denuncia a lamentável situação em que se encontrava o povo de Israel nas mãos de falsos pastores. Lideres que recebiam benefícios das ovelhas como a qualhada, a lã e a carne das melhores ovelhas do rebanho, mas rejeitaram a missão de cuidá-las (Ez. 34.4). Lideravam com Brutalidade e opressão, e isto resultou em dispersão, tornando-as presa fácil para os animais selvagens (Ez. 34.4-6). Mais adiante, o Senhor declara a sentença para os pastores de si mesmo.


A punição resultou em perda da função pastoral dando lugar ao verdadeiro pastor que por sua vez as levaria para pastos verdejantes, onde seriam cuidadas e bem alimentadas. Não seriam mais exploradas, e desprezadas pelos maus pastores.  (Ez. 34.7-12). O refrigério para o rebanho estava na benção de ser pastoreado pelo próprio Senhor. Ele mesmo haveria de apascentá-las com amor. Não estariam mais sobre o domínio dos pastores que apascentavam a si mesmo.

Certo dia, recebi a visita de alguns irmãos no qual Deus pela sua maravilhosa graça me concedeu a benção de apascentá-los por cinco anos. Logo percebi que algo estava errado. Chagaram até minha casa maltratados, aflitos, dispersos, estavam como ovelhas sem pastor. Recebi a triste notícia que elas haviam sido expulsos de sua congregação pelo fato de não aceitarem as condições impostas pelo seu novo pastor sobre questões financeiras, pois o mesmo com mão de ferro estava dominando e oprimindo o rebanho sem nenhuma misericórdia.

Diante da situação preocupante, não tive alternativa, se não levá-los para lugar seguro onde seriam acolhidos e bem cuidados. Messes depois foram recuperados e estão servindo ao Senhor com alegria. O restante do rebanho se afugentou em outras congregações próximas do bairro e foram acolhidos.

É lamentável ver em nossos dias um comportamento tão desprezível por parte de alguns pastores. Líderes que apascentam a si mesmo, indivíduos egoístas, sem amor, sem misericórdia, sem desejo de servir, homens avarentos, dominadores, apaixonados pelo poder, amantes da luxuria, pastores que buscam seus próprios interesses em detrimento do próximo, dispersadores de rebanho.

Quantas ovelhas não estão dispersas, afugentada, amedrontadas pela voz dominadora desses indivíduos? Já ouvi testemunhos de irmãos que tiveram depressão por causa de ameaças de pastores dominadores que a todo custo queriam realizar seus próprios interesses sacrificando o rebanho. Outros andam amedrontados, inseguros temendo algum tipo de opressão, aterrorizados com a possibilidade de serem punidos com rigor, caso forem encontrados em falha pelo pastor dominador. Longe está a misericórdia, afugentado está o perdão, não há lugar para a compaixão, pessoas que foram libertas da escravidão do pecado pelo poder do evangelho da cruz, estão escravizadas por aqueles que pastoreiam a si mesmo. Misericórdia!

Não muito distante estão aqueles que rejeitando o chamado para servir, trilharam no caminho da avareza, tornando-se profissionais da fé, mercadejantes da palavra, negociadores do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, amantes da riqueza, acumuladores de tesouros terrenos. Taparam seus ouvidos  e não deram crédito ao ensinamento de Jesus a cerca dos valores do reino, não cultivaram valores espirituais mais se encheram de si com suas concupiscências loucas acumulando para si, fartando-se em seus celeiros , sendo engodados por falsos ensinos, desprezando o que é real e verdadeiro.

Pastores de si mesmo negam a missão de levar a cruz. Preferem ganhar o mundo inteiro em troca de sua alma, trocam o eterno pelo terreno, o santo pelo profano apenas para satisfazer seus próprios desejos (Mc. 8.36-37), não sentem desejo de servir, mas fazem questão de ser servido, não admitem serem questionados, julgam-se donos da verdade, acham-se infalíveis, causam terror ao rebanho, seus olhos passam longe do aflito, do necessitado, do pobre, acumulam para si, carismáticos com pele de ovelha, mas por dentro escondem um coração de lobo voraz, aborrecedores do bem, semeadores de contendas, opressores, amantes de si mesmo, caluniadores, seus corações estão cheios de maldade.


O ai do capítulo 34 versículo 2 do livro de Ezequiel, revela a seriedade e justiça com que o Senhor julgará os falsos pastores. Ele virá e afastará aqueles que não cuidaram do rebanho como deveriam, não serão mais chamados pastores de rebanho, pois negaram a missão, não estavam aptos para servir, faltou-lhes amor, compaixão, misericórdia, cuidado, afeto, disposição para alimentar, óleo para cuidar das feridas, enfim, fracassaram na missão, não foram dignos de serem chamados pastores de rebanho, estes o Senhor não os conhecerá, pois praticaram o mal.

"Mas ele responderá: ‘Não os conheço, nem sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês, que praticam o mal! ’(Lc.13.27NVI).

O sumo pastor virá e julgará com retidão e justiça. As ovelhas não devem entrar em desespero porque a grande promessa se cumprirá, ele haverá de apascentar pessoalmente o seu rebanho, no qual foi comprado com alto preço, o valor do sangue derramado na cruz. Aqueles que fizeram do rebanho propriedade sua, mercadoria negociável, que encontraram no evangelho boa fonte de lucro, que maltrataram, oprimiram e feriram o rebanho receberão a justa recompensa, pois o justo juiz os julgará.

Os verdadeiros pastores poderão aguardar pacientemente a vinda do Senhor, pois virá a boa recompensa. Ora, logo que o supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa de glória (1Pe. 5.4). Que o Senhor nos ajude.
   

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